15 de fevereiro de 2013

Carnaval no paraíso

Aproveitamos o feriado do carnaval, que geralmente é o maior do ano, para viajarmos para um destino que ainda não tínhamos visitado: Republica Dominicana. Entramos no site da Copa Airlines e conseguimos passagem por R$1600 ida e volta.

Santo Domingo

A ideia era conhecer Santo Domingo, a primeira cidade das Americas. As imagens e textos da Zona Colonial pareciam incríveis e tínhamos 6 dias para explorar. Reservamos o hotel Renaissance Jaragua Santo Domingo, por incríveis US$79 por noite. O hotel ficava na beira do Mar do Caribe - atenção, Santo Domingo não tem praias na cidade, é um costão -, tinha piscinas bonitas, um cassino, um bom restaurante, serviços de office, cabeleireiro, spa, fitness center, e era freqüentado em sua maioria por pessoas a negócios. Não estava cheio apesar de ser carnaval. O staff foi extremamente amável e nos fez muitos agrados por eu ter colocado na reserva que comemoraria uma data especial com o namorado. As instalações do hotel são realmente um pouco antigas, parece que foi construído nos anos 90 e não houve modificação, mas os quartos são extremamente espaçosos, tudo funcionando bem e sem nenhuma necessidade de conserto. Ficamos nesse hotel nos dois primeiros dias no país e retornamos na última noite e recomendaria sem sombra de dúvidas.


Santo Domingo me pareceu um pouco perigoso à primeira vista. Fomos recomendados a não andar a pé e a não carregar nada conosco. Notamos uma certa tensão em um bar onde fomos comprar água, no momento em que puxei meu telefone para usar o GPS. Um garçom fechou a porta ao meu lado, aparentemente para evitar que alguém na rua me visse usando o aparelho. Passeamos pela Zona Colonial, que era o ponto turístico da cidade, e não tivemos nenhum problema.

Para comer, não me senti atraída por nenhum restaurante que passei, e resolvi seguir a dica do amigo Luiz Iole e ir ao restaurante La Bricciola, que fica nos fundos da Catedral. O restaurante tem um pátio lindo numa casa antiga, o atendimento é impecável e sorridente, e o proprietário Carlo, um italiano s\falante, nos visita nas mesas e conversa sem pressa. Tivemos a sorte de presenciar um casamento dominicano em um dos salões do restaurante, e foi muito interessante. Os três pratos que pedimos estavam deliciosos, mas o destaque foi para o camarão sobre aipim, ou Gamberis sobre Yuca. O Angus Strogonoff com crisps de Yuca e creme azedo também arrasou!

Sinceramente, pode ser que eu tenha ido aos lugares errados, pois eu não achei nada demais na cidade, além do maravilhoso La Bricciola. Tudo é muito velho, o que seria bacana se não fosse muito mal conservado e sujo. Talvez eu não tenha feito os passeios certos ou visitados os locais que mereciam, mas a Zona Colonial que eu visitei honestamente não vale uma passagem e um voo de 9 horas para ser vista. Dei uma olhada no Trip Advisor e li sobre as sugestões mais votadas, mas não fui a nenhuma delas além da Cidade Colonial. Se você tiver tempo, tente visitar o Parque de Los Tres Ojos, duas amigas foram e recomendaram. Esse parque tem 3 cenotes para contemplação, mas o banho não é permitido. Tem também a sugestão do Aquário Nacional, que também não visitamos.

Enfim, se houver uma próxima vez, vai ser direto pra Punta Cana mesmo. Na nossa opinião, não valeu o tempo gasto em Santo Domingo.


Punta Cana

Alugamos um carro e seguimos para o Nordeste, rumo a Punta Cana. A estrada é boa, o trânsito é bom e não tivemos problema nenhum.  Vale a pena ir com calma e ir parando nas cidadezinhas do caminho. O tempo de viagem até Punta Cana é de menos de 3 horas pela estrada nova, então se você levar 6 horas mas parar em povoadinhos diferentes não faz mal e você ainda curte outros ares. A água é linda em qualquer lugar que você for.


Playa Blanca, em Bávaro

Nosso hotel, o Grand Occidental Punta Cana, era All Inclusive e o que antes parecia ser uma comodidade se mostrou ser um erro. Eu escolhi um all inclusive acreditando que iria querer ficar 3 dias na praia sem fazer nada com os drinks vindo até mim, mas você cansa de ficar no mesmo lugar por mais de três horas, sabendo que tem outros milhares de praias lindas pra conhecer. Além disso, o público de um all inclusive não era bem a companhia que queríamos. Para esse tipo de resort vêm famílias com crianças, americanos fanfarrões e uma galera que acha que tem que comer e beber até morrer porque é incluído, e essa não era a minha vibe nesse momento da vida. Essa pode ser uma boa opção se você quiser curtir umas férias com os amigos, mas se você preferir um climinha romântico com seu namorado, fuja. Agora, tenho que admitir que tínhamos a melhor praia de Bávaro na nossa frente, e com drinks na nossa mão na areia com um estalar de dedos. Ficamos na água de coco mesmo.

O Punta Cana Resort

Visitamos duas amigas que estavam hospedadas no Punta Cana Resort e amamos. Os hóspedes eram bem mais low profile, em sua maioria europeus buscando paz, e não festa. E era isso que procurávamos, fugir do carnaval do Rio para descansar. O Punta Cana Resort fica numa reserva enorme, e tem diversos complexos muito bem conservados, campo de Golf  à beira do mar, a Reserva Ecológica Ojos Indijenas, uma Marina linda com um restaurante excelente que aceita reservas, diversas praias e ainda era hotel e condomínio. Depois que descobrimos o Punta Cana Resort, nos arrependemos de termos ficado no Grand Occidental e passamos dois dias desfrutando das reservas do hotel de nossas amigas com elas :)

Você vai precisar de um carro para andar lá dentro, ou ficar à disposição do horário dos ônibus que fazem o transporte. Nós alugamos um carrinho de golf que cabia nós todos e fomos pela beira do mar.

A primeira parada foi na praia do Spa - sim, você ainda pode fazer uma massagem ali. Nessa prainha pequena tinham algumas espreguiçadeiras e um pequeno píer, que mais servia de pouco para as gaivotas e pelicanos, uma coisa linda. O ventinho constante é um perigo, pois não se sente o sol queimando a pele. Não esqueça do filtro solar!


Praia do Spa do Punta Cana Resort

A segunda parada foi na Playa Blanca, uma delicia de lugar com vento forte ideal para kitesurf, o que deixa suas fotos ainda mais bonitas. O bar da praia é lindo, com ótimos drinks e saladas e atendimento simpático.

A terceira e deliciosa atração dentro do Punta Cana Resort foi a Reserva Ojos Indijenas, surpreendente com suas piscinas naturais de água da chuva! Um banho de água doce à tarde foi extremamente revigorante!




Fim do passeio, fomos comer algo no restaurante da Marina, muito recomendado. Pena não termos conseguido chegar a tempo. Pegamos o carro e fomos no vilarejo próximo, comer no El Carbon, de comida Dominicana. Nada demais, comida sem graça apesar do atendimento bom. Se forem, tentem o El Tango, na frente, parece mais promissor.

Isla Saona


Um passeio que nos foi muito recomendado foi Isla Saona. A ilha de fato é linda. Fica na Reserva Ecologica Del Este, e para chegar lá pega-se um transporte marítimo no Porto de Bayahipe, a cerca de uma hora de Punta Cana, no sentido para Santo Domingo.




A opção mais comum é ir de catamarã e voltar de lancha. A ida leva umas duas horas, e a volta meia hora. O problema é que o catamarã tem capacidade para 50 pessoas, e para tornar a viagem menos enfadonha a tripulação costuma ter animadores e muita música. Isso não seria um martírio se a maioria dos viajantes não fossem homens em busca de turismo sexual barato na América Latina. Foi extremamente ofensivo ver um grupo de suíços com moças locais atirando para todos os lados e pegando pesado no assédio. As meninas que trabalham no barco usam um short de botar o É o Tchan! no chinelo. Os suíços as colocavam no colo, passavam a mão no seu corpo e faziam abertamente todo tipo de propostas, soltando risadas que me irritavam cada vez mais. E isso é livremente estimulado por todos os tripulantes do barco, que aproveitam pra pegar pesado no rum liberado e vender muitos serviços extras. Não preciso dizer que tudo isso junto e misturado com um auto-falante estourando de salsa e Michel Teló não era bem o que eu sonhava para aquele paraíso. Sugiro que, se você tiver um orçamento organizado, pague US$450 e alugue uma lancha só para você ou até 6 amigos, que podem compartilhar essa despesa com você e vai valer muito a pena. Ou você vai ver que os US$40 por pessoa do catamarã não valem a economia. Pague o dobro e vá em paz.

Lá na ilha o almoço é servido pela empresa de transporte e não há bares. Apesar da comida simples, não esperava tomar champagne ou comer caviar, então a expectativa correspondeu. Estava gostoso e não houve restrições de quantidade.

Paisagem incrível, principalmente se você se afastar um pouquinho da massa e do som alto e irritante e caminhar pro lado esquerdo, onde há uma barreira de corais e coqueiros lindos virados pelo vento.





Você fica cerca de duas horas na ilha e depois é hora de encarar a lancha de volta, mas com uma parada no mangue e outra no habitat das estrelas do mar. A lancha é rapida e você fica feliz de saber que a viagem será bem mais curta.



No fim das contas tomamos uma limonada ali no porto de Bayahipe mesmo e nos preparamos para pegar a estrada de volta a Santo Domingo. Viagem linda com por-do-sol na água do mar.

Em Santo Domingo de volta, jantamos novamente no La Bricciola.

Dia seguinte fizemos um programa legal: queríamos comprar bonecos de vudu, secretamente vendidos na Republica Dominicana por influência do Haiti, e fomos parar no Mercado Modelo. Lá não achamos vudus interessantes, mas compramos algumas jóias de prata e Larimar - pedra típica com a cor do mar do Caribe -, bolsas feitas de chifre, e charutos pela metade do preço do free-shop, lacrados, na caixa. Ah, tem que negociar, ok? Não sai pagando o preço que pedem não. Já oferece um terço de cara e no fim das contas paga metade.

Almoçamos no Hard Rock pra mudar de restaurante mas nos arrependemos de não termos ido de novo no La Bricciola. Enfim, voltamos pro aeroporto e de volta à realidade.

Hard Rock Cafe e meu anel de chifre com prata e larimar.

Balanço da viagem:

1- Se não tiver tempo, não perca dias em Santo Domingo. Vá direto a Punta Cana e conheça as praias das redondezas.

2- Se for a Santo Dominfo, não deixe de comer uma noite no La Bricciola e conversar com o amável Carlo.

3- Se não estiver em clima de festa e comilança, não fique em All Inclusive. Vá para o Punta Cana Resort, que é maravilhoso e barato. Lá, explore todos os cantinhos com o carrinho de golf, é divertido e funcional. Não saia sem mergulhar na piscina de água doce de Ojos Indijenas e nadar com a pata solitária e as carpas. Se eu fui, você também pode :)

4- Pegue a estrada e vá parando no caminho. Se for em baixa temporada, poderá até escolher seu hotel na hora.

5- Não leve uma mala cheia. Roupa de banho, filtro solar e óculos escuro é tudo que você vai usar o tempo todo!

Esse destino é imperdível. Se você tiver a oportunidade, vá a Punta Cana! Ninguém nunca se arrependeu!




3 comentários:

Arauja disse...

Olá que passeio incrivel parabéns estou com muita vontade de ir.... Quanto vc gastou com todos esses passeios?
beijos

Raquel Oliveira disse...

Arauja, eu nao gastei muito porque lá tudo é bem barato comparando com Rio e SP.

O carro custou US$36 por dia de aluguel. O hotel Renaissance, US$76 a diária para dois. O hotel All Inclusive US$800 por 4 dias para casal, com pensão complaea. O passeio de barco à Ilha Saona custou US$40 por pessoa.

Comida é muito barato e tudo que vc for comprar na rua pode negociar o preço. Taxi tb tem o preço combinado antes de sair.

Se vc gosta, não deixe de comprar charutos Montecristo, caixa premium com 12 charutos por U$90. No aeroporto, a mesma caixa custa U$170.

Dri Castro disse...

Raquel tudo bem? Você exatamente o nome do hotel ou tem o link para o site do Punta Cana Resort? Eu procuro no Google e sempre caio em um lugar all inclusive que não parece ser esse que vc descreveu. ;)
Se puder enviar para meu email fico graga dri.fotografa@gmail.com

Bjs e obrigada