21 de setembro de 2010

Hotéis Formule 1

Ok, os serviços têm que ser democráticos. Concordo plenamente em opções para todos os bolsos e níveis de exigência. mas dessa vez fiquei perplexa.

Não acho que os hotéis precisam ser luxuosos. nem tenho dinheiro pra isso. Quando viajamos com o dinheiro contado, o que menos importa é o luxo do hotel. Queremos pagar é por novidades, experimentar comidas, tours, transportes.

Mas o que é que não pode faltar de jeito nenhum no seu quarto de hotel?

...

Pra mim o que não pode faltar é segurança e limpeza. Os móveis nãoprecisam ser bonitos, mas a cama tem que ter um lençol limpo e o tapete, se houver, não pode sujar meu pé. Tenho que acreditar que meus pertences e eu mesma estamos seguros dentro do quarto. Não quero olhar pro box e achar que eu tenho que tomar banho de chinelo com nojo da água acumulada.

Hoje existem hospedagens pra todos os gostos: hostels para quem quer pagar um pouco menos e conviver com várias pessoas - ideal pra quem viaja sozinho, geralmente -, hotéis baratinhos por serem mais afastados dos pontos de interesse, hotéis caríssimos com serviços para quem quer exclusividade, hotéis caros mas nem tanto, hotéis para quem viaja a negócios.

Achei que a proposta do Formule1, quando chegou ao Brasil, fosse ser uma opção masi em conta para aqueles que não se importavam com aut-serviço. Lá, você paga tudo no check-in e sua saída pode acontecer na hora que você desejar. É o moderno conceito de easy check-out. Você não tem telefone no quarto, pra não ter que pagar a conta depois. Mas isso não importa pra quem tem um celular ou não vai ligar. Você não tem frigobar no quarto e, se quiser beber algo, compra na hora numa máquina no corredor. Isso é ok também. Se quiser café da manhã, compra uma "ficha" no check-in e usa no dia seguinte para pegar um pacote, como os do avião, com duas torradas, um copo de suco, uma fruta, um iogurte. Tudo isso faz com que eles gastem menos com pessoal de atendimento e possam cobrar uma tarifa mais baixa.

Hoje tem Formule1 pra todo lado. Em SP tem um montão. Vim pra Belo Horizonte ontem e tinha uma reserva lá, que não foi feita por mim porque, assumo, eu tinha um preconceito terrível - que era preconceito até ontem, porque eu não tinha me hospedado num hotel da rede antes.

Cheguei no hotel do bairro Lourdes por volta de 22:40. Na porta do hotel, um grupo de moradores de rua conversava animadamente e um deles entrou para usar o banheiro do térreo enquanto eu estava na fila com minha malinha e meu computador no braço. Ah, vim pra BH trabalhar, essa é uma informação importante. Fiz o check-in e, ao pegar o elevador, minha companhia foi uma menina de cerca de 18 anos vestida de short e top com uma calcinha na mão. Ao chegar no corredor do 14 andar, onde ficava meu quarto, dois rapazes sem camisa conversavam, um em cada ponta do corredor, cada um com uma garrafa de cerveja na mão. Quando passei, um olhou pra cara do outro e fez sinal com a cabeça. Lógico que essa hora eu estava pensando se ia entrar no quarto ou se corria o risco de alguém entrar comigo a força, e verifiquei se havia cameras no corredor. Havia.

Quando eu finalmente entrei no meu quarto e tranquei a porta com todo cuidado, senti o cheioro de cigarro. Sim, pode-se fumar lá, tem até cinzeiro no quarto. Achei que pior não ia ficar, e que eu só precisava tomar um banho e deitar e no dia seguinte às 6h eu já estaria de pé e livre dali. Mas quando eu tirei meu sapato e caminhei até o cubo de 1x1m2 onde fica o vaso sanitário - se você tem pernas grandes, não consegue fechar a porta -, notei que meu pé ficou preto. De sujeira. Ao puxar o lençol, notei manchas amareladas e resolvi que era hora de deixar o hotel.

Peguei tudo, passei pelos rapazes sem camisa com cerveja na mão e rezei pra estar sozinha no elevador.

Chegando na recepção, uma fila enooooorme para o check-in. Pensei em todas aquelas pessoas ali, que vieram no mesmo voo que eu. Falei com o rapaz que estava atendendo e ele, extremamente simpático e atencioso, desculpou-se, disse que iria verificar o que poderia ter acontecido pois não era o padrão do hotel, e prontamente fez a devolução do valor para a empresa que havia feito minha reserva.

Para sair não tive problema. Peguei um taxi na porta e catei um cantinho limpinho pra dormir. Por R$30 a mais, o Mercury, ali pertinho, tinha um quarto limpo, seguro e silencioso.

Vale a pena essa economia?

2 comentários:

henrique disse...

Oi Raquel, estava procurando fotos sobre o Formule 1, sobre o banheiro para ser mais preciso, acabei encontrando melhor, uma pessoa que foi e descreveu.
Fui no Formule 1 de São Paulo, proximo a av. São João com a Ipiranga. Serei breve: hotel aparentemente organizado, mas me passou insegurança, deserto, entra e sai do hotel quem quer, pois a porta é escancarada. Vi pessoas sem camisa circulando pelo "hotel". Quarto pequeno (da um desconto), banheiro minusculo (minhas pernas de boneco de olinda não cabiam lá, para limpar o Ó tem que ser contorcionista). Sim tem cheiro de cigarro pelos corredores, elevadores e no quarto. Meu quarto estava limpo, dormi lá, mas não me senti seguro. Não vale a pena ficar em um lugar assim. Observações...cuidado com hotéis dito: rotativos...se ver um "hotel" com cara de hotel e tem 2h= R$ xx... é rotativo... geralmente os baratos (faixa de R$ 100,00 para menos) em são paulo em locais bem localizados são assim. Outra vez reservei um hotel pela internet aparentemente "bom", qndo cheguei era muquifo a entrada, um doido com olheiras de coruja atendendo, e o pior eram os quartos...peguei minha mala e fui procurar outro hotel. Parabéns pelo post

Raquel Oliveira disse...

É Henrique... é exatamente como vc disse. Não me senti segura ali. E nem confortável e nem com o mínimo de limpeza necessário.

Não sabia que o Formule 1 era rotativo e tinha tarifa para períodos de 2h, isso explica a quantidade de porstitutas no local, principalmente nesse da S. Joao com Ypiranga.

Lastimável, mas a rede Accor se queimou com a cadeia Formule 1. O Ibis custa R$10 a mais e é bem mais digno e profissional.