22 de fevereiro de 2016

Exposição Diálogo no Escuro, uma experiência transformadora



Ontem fomos na instalação Diálogo no Escuro, no Museu Histórico Nacional no Centro do Rio. A proposta é você interagir com a exibição totalmente às cegas, dentro de uma câmara escura, usando uma bengala para guiar o caminho e sob a orientação de um guia, cego. Esse guia conhece cada cantinho da câmara, e acompanha grupos de até 9 pessoas. 

Lá dentro, como não estamos acostumados a andar e viver na escuridão total, precisamos nos guiar por nossos sentidos, que subestimamos porque temos todos disponíveis o tempo todo. A experiência foi maravilhosa e nos faz parar e realmente usar o nosso corpo. Andamos com a bengala de um lado e a outra mão na parede, para nos dar o senso de onde ir. Precisamos escutar os barulhos, tocar e perceber texturas, cheirar o ambiente, ouvir a voz do guia para saber em que direção ir e como. 

Além de superarmos nossos sentidos, temos a chance de sentir, muito de longe e por 40 minutos, o que uma pessoa cega sente toda a vida. No fim da sessão é possível fazer quantas perguntas quiser ao guia, seja sobre a instalação, seja sobre sua vida pessoal ou qualquer curiosidade que tenhamos.

Eles dizem que é uma experiência que muda a vida. E realmente muda a percepção se você aproveitar a chance de experimentar e refletir. 

Recomendo demais!

Para visitar, é recomendável entrar no site da exposição e comprar o ingresso antecipadamente se quiser garantir o horário. Os grupos podem ter no máximo 9 pessoas por vez e saem a cada 15 minutos.

http://www.dialogonoescurorio.com.br




18 de março de 2014

Santiago do Chile em 3 dias



Fui pra Santiago a trabalho. Tive 4 reuniões e aproveitei pra esticar o fim de semana.

Vitaliy, um querido amigo russo-new yorker, me encontrou lá para nosso destino trimestral. Esse menino é maníaco por comer e beber, então não precisei me preocupar muito com isso. Sabia que todas as sugestões seriam boas.

Na verdade, não é muito difícil acertar na comida e na bebida no Chile. Comida andina é boa e variada, e de bebida tem o famoso e típico pisco sour, e lógico, os inúmeros vinhos de qualidade superior que o país oferece.

Localização também pode ser variada, mas as vizinhanças são todas boas. Tudo depende do propósito da sua viagem e pra onde vc tem que ir. Geralmente os hotéis estão na Providencia, que é um centro financeiro e um bairro de classe media com muito comércio, restaurantes e muita vida, ou em Los Condes, que têm uma linda vista para as montanhas cobertinhas de neve.

Sua única preocupação é escolher dentre os mais diversos hotéis onde ficar. Da primeira vez eu fiquei em um apart-hotel ao lado do metro em Providencia, que foi bem em conta e valeu muito a pena. Na segunda ida eu fiquei no Hotel Time em El Golf, e adorei também.

Dia 1:

Depois de um voo ridiculamente atrasado da Aerolineas (post anterior), cheguei ao Apart-hotel com o motorista que foi me buscar no aeroporto. O Aeroporto fica a cerca de meia hora da cidade, e geralmente uso taxi ou transfer pre-programado.

No bairro Providencia, onde fiquei, tinha muitas opções de restaurantes e alguns shoppings também, caso tivesse esquecido alguma coisa. Desci e comi umas empanadas antes de dormir.

Dia seguinte tomei um café em uma casa de empanadas em frente ao metro Lyon. Pergunte o tamanho das empanadas antes de se animar e pedir 3 sabores diferentes. São imensas. :)

Terminadas as reuniões da manhã, almoçamos num simpático restaurante numa praça cheia de opções para comer.




O Liguria (http://liguria.cl/locales.html) tem três restaurantes em Santiago, todos na Providencia. No cardápio tem comidas típicas como carne ensopada e panelinhas andinas com carne de alpaca e opções simples e velhos conhecidos como massas e carnes grelhadas. O ambiente é descontraido, quadrinhos na parede, musica sempre e a promessa de atendentes muito simpáticos, embora o serviço tenha sido muito demorado. Mas tudo bem, você está viajando.

Mais reuniões à tarde e fome do capeta para o jantar. Para onde fomos? La Mar!

O La Mar (http://www.lamarcebicheria.com/pre-home - Nueva Costanera 3922, Vitacura. tel. 206-7839) é um restaurante muito conhecido do casal Gaston & Astrid, peruanos famosos por suas grifes gourmets. É uma cebicheria com produtos fresquíssimos, drinks maravilhosos e atendimento de primeira. É recomendável fazer reserva, mas fomos na cara e na coragem e conseguimos uma mesa.





O cardápio é o mesmo do La Mar de Lima, de São Paulo, de Bogotá e de São Francisco (no de Miami eu nunca fui), ou seja, esplêndido.


Dia 2:

Café da manhã foi comprado no mercado: presunto, salame e queijos a preço de banana. Ah, e não esqueça de comprar vinho no mercado também. É bom ter no quarto :)

Almoço foi no badalado Hotel W. Aliás, se você não sabe onde ficar e tá com dinheiro sobrando fica lá. Porque todos os restaurantes são bons e estão a um elevador de distância.

Comemos no Osaka (http://www.starwoodhotels.com/whotels/property/dining/attraction_detail.html?propertyID=1979&attractionId=1003956615) e a experiência foi incrível. Um japonês-cebicheria fusion inesquecível. Atendimento muito simpatico também mas muito demorado como de costume.

À tarde, fizemos um programa incrível! Todo mundo que vai ao Chile visita uma vinicola. Geralmente vão à Concha y Toro ou outra famosa por lá. Vitaliy conseguiu um contato exclusivíssimo de uma vinícola biodinâmina, que não recebe visitas, mas que abriu uma exceção para sua doçura.

A vinícola Antyial (www.antiyal.com) tem vinhos premiadíssimos e alguns rótulos que fabricam apenas 2000 garrafas por ano! É toda biodinâmica, toda equilibrada sem nenhum agrotóxico ou produto artificial. É totalmente equilibrada por agentes naturais: plantas, minerais e animais.












A visita foi incrível, sem pressa, com degustação de alguns rótulos, e conversa sem fim com nosso guia, que é agrônomo e cuida da vinícola com mais 3 ajudantes somente. Que gente maravilhosa!

Jantar foi ali na vizinhança, no Bar Republique, porque estávamos muito loucos com esses vinhos chilenos que têm uma graduação alcoólica altíssima!





Dia 3:

Dia sem reuniões, bom de dar um rolé pela cidade.

Café da manhã deslumbrante na deli-mercado-restaurante do Hotel W. A Coquinaria (http://www.coquinaria.cl/coquinaria/site/edic/base/port/inicio.html) é imperdível. Ingredientes maravilhosos, você compra, leva ou come ali mesmo, e o menu tem tudo preparado com coisas da casa.

Pedi um sanduiche de king crab com ovas de salmão com o qual sonho até hoje.






Depois de bem alimentados, fomos passear pelo centro, de metrô mesmo. As estações são verdadeiras obras de arte. Fomos direto dar uma olhada no Mercado Municipal, onde não comemos nada porque parecia armadilha pra turista.




Do Mercado fomos a pé até o coração da cidade velha, a Plaza de Armas, onde está a Catedral Metropolitana e o Museu Histórico Nacional. Ali tem também o museu mais incrível da cidade, o Museu de Arte Pré-Colombiana.






Dali, vale um pulo de metrô até a estação Baquedamo para visitar a imperdível casa de Pablo Neruda (uma das três), conhecida como La Chascona (http://www.fundacionneruda.org/es). Tem que fazer reserva pelo tiendalachascona@fundacionneruda.org. Dali mesmo pode subir pro Cerro de San Cristoban, que pra gente não valia a pena porque estava nublado e não dava pra ver nada lá de cima. Preferimos ir ao Parque Cerro Santa Lucía, lindo, lindo!









Obviamente já estávamos famintos e corremos para um charmosíssimo restaurante e barbearia que ainda funcionam no mesmo endereço! A Peluquería Francesa! Comida incrível, ambiente lindo, tudo está a venda, serviço bem humorado.












Comidos, hora de voltar pro apart, dormir e se preparar para o jantar. Mas antes, vontade de passar na Feirinha de Antiguidades (http://www.barriolastarria.com/feria_antiguedades_barrio_lastarria.htm), que funciona de quinta-feira a domingo, das 10h às 22h.

Claro que morremos e não conseguimos mais sair, mas a vontade era ir no NoSo (http://www.starwoodhotels.com/whotels/property/dining/attraction_detail.html?propertyID=1979&attractionId=1003956598), o francesinho do Hotel W. Mas não conseguimos sair do apart e ele também só abria para almoço.



Tem dicas de restaurantes além dos que visitamos em http://www.viajenaviagem.com/2010/09/santiago-onde-comer/, blog do Ricardo Freire.  E dicas boas em http://www.viajenaviagem.com/2012/02/roteiro-santiago/.





27 de agosto de 2013

Voando Aerolineas Argentinas

Minha primeira viagem a Buenos Aires foi de Aerolineas Argentinas. Naquele tempo eu era uma estudante ainda, e nao podia me dar ao luxo de escolher as passagens pela melhor escala ou horário ou por preferencia de companhia aérea. Cem dólares a mais no preço significava tirar essa grana do budget de alimentação ou dos programas ou das compras a serem feitas lá.

Por isso, embora eu achasse o servico da Aerolineas uma bosta, eu pouco me importava com essas poucas horas de vôo que eu teria que agüentar ou com os horários ruins.

Depois disso voei mais umas 15 vezes pra Buenos Aires, mas sempre em outras companhias. Já nao me lembro se a vida melhorou e eu escolhi pagar um pouco mais, se foi para juntar milhas em outras companhias, ou se foi por acaso mesmo.

Hoje, 15 anos depois dessa primeira viagem, eu peguei um vôo da Aerolineas novamente, agora para o Chile. Mas dessa vez lembrei de escrever aqui e na minha lista negra que isso nunca mais acontecerá.

Geralmente sou eu mesma que faço e pago minhas reservas em vôos. Faço isso porque escolho os melhores horários, as tarifas mais econômicas dentro do possível, vôo com menos escalas, e também porque no caso de precisar cancelar ou alterar eu mesma faço isso pelo site com meu login e senha. Mas dessa vez, excepcionalmente, uma grande amiga que tem agência e que já fez muitas viagens pra mim, se ofereceu pra fazer e eu achei bom deixar por conta dela, pagar a mesma coisa e ela ainda levar uma comissão.

Quando ela me manda o vôo, Aerolineas. Confesso que eu esperava LAN ou TAM, já que a Gol parou de voar pra Santiago. Olhei com preconceito mas achei que já tinha tanto tempo e essas empresas se fundem tanto que alguma empresa melhor seria parceira ou já teria comprado e melhorado o serviço, afinal a concorrência é grande. E tinha um horário ótimo, voando no meio do dia e chegando a Santiago às 17h, mesmo com a escala em Bs As, o que seria maravilhoso. Confirmei e emitimos o bilhete.

No dia da viagem cheguei bem mais cedo no aeroporto, como de costume. Como trabalho remotamente, prefiro chegar cedo e responder emails e calls do aeroporto mesmo, para evitar problemas no transito e atrasos no check in e despacho - tem isso também, quando não sou eu que compro a passagem, bem sempre consigo fazer check in adiantado. Pra você ter ideia, meu vôo era cerca de 11h e eu cheguei às 8h no Galeão.

No entanto... 
Quando eu cheguei no balcão de despacho, nao havia ninguém. Após uns 15 minutos me certifiquei de que estava no lugar certo e qual nao foi minha surpresa ao ouvir da funcionaria que sim, aquele era o lugar certo, mas meu vôo havia sido cancelado há dois dias e os passageiros foram remanejados para o vôo das 15:30, e que eu não tinha sido notificada porque não havia número ou email de contato no meu bilhete. Após quase infartar, disse q tinha que estar em uma reunião no dia seguinte às 7h e que eles teriam que dar qualquer jeito, afinal de contas quem cancelou o vôo não fui eu. E queria os assentos que eu havia marcado, afinal tomei o cuidado de fazer isso com antecedência para ter mais conforto.

A funcionária foi bem rápida e tudo estava aparentemente resolvido em 10 minutos. Me deram um voucher para o almoço e eu sai resmungando que poderia estar em casa com minha cachorra filhote que devia estar comendo todos os móveis, ou poderia estar dormindo, ou roubando, ou matando, mas eu estava ali, no lugar que mais me irrita no mundo, que é o aeroporto, cheio de criancinhas gritando e mães cansadas, de mulheres de calça apertada, maquiagem do Bozo e sapatos altíssimos pra pegar um vôo longo às 8 da manhã, gente cheia de bagagem de mão querendo atochar tudo no bagageiro do avião, povo que ainda ta no embarque pra sair do Brasil e já ta comprando no Duty-free, enfim, essas coisas maravilhosas do nosso Brasil.

Sentei numa mesa com tomada, passei minha manhã trabalhando, não tive problema nenhum no serviço do almoço oferecido pela companhia e me dirigi ao check in. Dei meu passaporte e a mocinha me imprime meu cartão de embarque no assento 26B. Digo que não, que já tinha passado por essa discussão e que meu assento era o 6A. No balcão do lado vejo o cantor Ed Motta. Reclamando que 26A é muito atras e se não tinha um lugar mais na frente. Vejo que tudo não esta tão ruim que não possa piorar. Além de ir atras, no meio, vou do lado do Ed Motta. E não é porque ele ia me espremer, é porque ele é o cara mais chato do Brasil, entendido de tudo, musica, vinho, sapato, gravata, suspensórios e até de mulher bonita (quem não lembra da critica dele à beleza das cariocas?)! Foda. O avião vai cair, pensei. Mas não tenho medo de queda de avião e resolvi que, caso nao caísse, seria bom ter um assento melhor nos próximos vôos, e continuei brigando com a atendente para marcar logo os outros assentos da viagem. Depois de travar a fila por 17 minutos consegui tudo direitinho. 

Vôo ainda atrasou mais 45 minutos e saímos rumo à escala de Bs As. A aeronave era um 737-700 com banco de couro e meu assento tinha mais espaço entre as pernas. Ed não cantou nem discursou nem roncou e o vôo foi tranquilo. 

O lanchinho foi servido rapidamente pelas comissárias eficientes e sorridentes e o avião não caiu. 


Minha volta, no domingo, estava prevista para as 12:55. Por isso, eu nao poderia fazer nada em Dantiago, era acordar, se trocar e ir pro aeroporto.

Chegando lá...
Lógico que o vôo estava atrasado. Saímos somente às 15:30. Esperei pacientemente em uma das salas que tem convênio com o Priority Pass. Vôo rápido e tranquilo e vista bonita pros Andes.

Na conexão de Buenos Aires, a pior noticia de todas: o vôo, inicialmente previsto para as 20:35, só sairia às 2 da manha. Isso mesmo! Decolar às 2 da manha, chegar no Rio às 5:30! Ao reclamarmos no balcão da companhia, total descaso, arrogância e falta de respeito com os passageiros. Nao havia mais nenhum vôo com outras companhias para o Brasil e eles gritavam que se quiséssemos chegar em casa teríamos que esperar calminhos. Um absurdo total. 

Ah, o motivo dos atrasos? Todos eles por FALTA DE TRIPULAÇÃO. 

Será que algum dia algum vôo deles vai sair no horário?

AEROLINEAS NUNCA MAIS!!!





15 de fevereiro de 2013

Carnaval no paraíso

Aproveitamos o feriado do carnaval, que geralmente é o maior do ano, para viajarmos para um destino que ainda não tínhamos visitado: Republica Dominicana. Entramos no site da Copa Airlines e conseguimos passagem por R$1600 ida e volta.

Santo Domingo

A ideia era conhecer Santo Domingo, a primeira cidade das Americas. As imagens e textos da Zona Colonial pareciam incríveis e tínhamos 6 dias para explorar. Reservamos o hotel Renaissance Jaragua Santo Domingo, por incríveis US$79 por noite. O hotel ficava na beira do Mar do Caribe - atenção, Santo Domingo não tem praias na cidade, é um costão -, tinha piscinas bonitas, um cassino, um bom restaurante, serviços de office, cabeleireiro, spa, fitness center, e era freqüentado em sua maioria por pessoas a negócios. Não estava cheio apesar de ser carnaval. O staff foi extremamente amável e nos fez muitos agrados por eu ter colocado na reserva que comemoraria uma data especial com o namorado. As instalações do hotel são realmente um pouco antigas, parece que foi construído nos anos 90 e não houve modificação, mas os quartos são extremamente espaçosos, tudo funcionando bem e sem nenhuma necessidade de conserto. Ficamos nesse hotel nos dois primeiros dias no país e retornamos na última noite e recomendaria sem sombra de dúvidas.


Santo Domingo me pareceu um pouco perigoso à primeira vista. Fomos recomendados a não andar a pé e a não carregar nada conosco. Notamos uma certa tensão em um bar onde fomos comprar água, no momento em que puxei meu telefone para usar o GPS. Um garçom fechou a porta ao meu lado, aparentemente para evitar que alguém na rua me visse usando o aparelho. Passeamos pela Zona Colonial, que era o ponto turístico da cidade, e não tivemos nenhum problema.

Para comer, não me senti atraída por nenhum restaurante que passei, e resolvi seguir a dica do amigo Luiz Iole e ir ao restaurante La Bricciola, que fica nos fundos da Catedral. O restaurante tem um pátio lindo numa casa antiga, o atendimento é impecável e sorridente, e o proprietário Carlo, um italiano s\falante, nos visita nas mesas e conversa sem pressa. Tivemos a sorte de presenciar um casamento dominicano em um dos salões do restaurante, e foi muito interessante. Os três pratos que pedimos estavam deliciosos, mas o destaque foi para o camarão sobre aipim, ou Gamberis sobre Yuca. O Angus Strogonoff com crisps de Yuca e creme azedo também arrasou!

Sinceramente, pode ser que eu tenha ido aos lugares errados, pois eu não achei nada demais na cidade, além do maravilhoso La Bricciola. Tudo é muito velho, o que seria bacana se não fosse muito mal conservado e sujo. Talvez eu não tenha feito os passeios certos ou visitados os locais que mereciam, mas a Zona Colonial que eu visitei honestamente não vale uma passagem e um voo de 9 horas para ser vista. Dei uma olhada no Trip Advisor e li sobre as sugestões mais votadas, mas não fui a nenhuma delas além da Cidade Colonial. Se você tiver tempo, tente visitar o Parque de Los Tres Ojos, duas amigas foram e recomendaram. Esse parque tem 3 cenotes para contemplação, mas o banho não é permitido. Tem também a sugestão do Aquário Nacional, que também não visitamos.

Enfim, se houver uma próxima vez, vai ser direto pra Punta Cana mesmo. Na nossa opinião, não valeu o tempo gasto em Santo Domingo.


Punta Cana

Alugamos um carro e seguimos para o Nordeste, rumo a Punta Cana. A estrada é boa, o trânsito é bom e não tivemos problema nenhum.  Vale a pena ir com calma e ir parando nas cidadezinhas do caminho. O tempo de viagem até Punta Cana é de menos de 3 horas pela estrada nova, então se você levar 6 horas mas parar em povoadinhos diferentes não faz mal e você ainda curte outros ares. A água é linda em qualquer lugar que você for.


Playa Blanca, em Bávaro

Nosso hotel, o Grand Occidental Punta Cana, era All Inclusive e o que antes parecia ser uma comodidade se mostrou ser um erro. Eu escolhi um all inclusive acreditando que iria querer ficar 3 dias na praia sem fazer nada com os drinks vindo até mim, mas você cansa de ficar no mesmo lugar por mais de três horas, sabendo que tem outros milhares de praias lindas pra conhecer. Além disso, o público de um all inclusive não era bem a companhia que queríamos. Para esse tipo de resort vêm famílias com crianças, americanos fanfarrões e uma galera que acha que tem que comer e beber até morrer porque é incluído, e essa não era a minha vibe nesse momento da vida. Essa pode ser uma boa opção se você quiser curtir umas férias com os amigos, mas se você preferir um climinha romântico com seu namorado, fuja. Agora, tenho que admitir que tínhamos a melhor praia de Bávaro na nossa frente, e com drinks na nossa mão na areia com um estalar de dedos. Ficamos na água de coco mesmo.

O Punta Cana Resort

Visitamos duas amigas que estavam hospedadas no Punta Cana Resort e amamos. Os hóspedes eram bem mais low profile, em sua maioria europeus buscando paz, e não festa. E era isso que procurávamos, fugir do carnaval do Rio para descansar. O Punta Cana Resort fica numa reserva enorme, e tem diversos complexos muito bem conservados, campo de Golf  à beira do mar, a Reserva Ecológica Ojos Indijenas, uma Marina linda com um restaurante excelente que aceita reservas, diversas praias e ainda era hotel e condomínio. Depois que descobrimos o Punta Cana Resort, nos arrependemos de termos ficado no Grand Occidental e passamos dois dias desfrutando das reservas do hotel de nossas amigas com elas :)

Você vai precisar de um carro para andar lá dentro, ou ficar à disposição do horário dos ônibus que fazem o transporte. Nós alugamos um carrinho de golf que cabia nós todos e fomos pela beira do mar.

A primeira parada foi na praia do Spa - sim, você ainda pode fazer uma massagem ali. Nessa prainha pequena tinham algumas espreguiçadeiras e um pequeno píer, que mais servia de pouco para as gaivotas e pelicanos, uma coisa linda. O ventinho constante é um perigo, pois não se sente o sol queimando a pele. Não esqueça do filtro solar!


Praia do Spa do Punta Cana Resort

A segunda parada foi na Playa Blanca, uma delicia de lugar com vento forte ideal para kitesurf, o que deixa suas fotos ainda mais bonitas. O bar da praia é lindo, com ótimos drinks e saladas e atendimento simpático.

A terceira e deliciosa atração dentro do Punta Cana Resort foi a Reserva Ojos Indijenas, surpreendente com suas piscinas naturais de água da chuva! Um banho de água doce à tarde foi extremamente revigorante!




Fim do passeio, fomos comer algo no restaurante da Marina, muito recomendado. Pena não termos conseguido chegar a tempo. Pegamos o carro e fomos no vilarejo próximo, comer no El Carbon, de comida Dominicana. Nada demais, comida sem graça apesar do atendimento bom. Se forem, tentem o El Tango, na frente, parece mais promissor.

Isla Saona


Um passeio que nos foi muito recomendado foi Isla Saona. A ilha de fato é linda. Fica na Reserva Ecologica Del Este, e para chegar lá pega-se um transporte marítimo no Porto de Bayahipe, a cerca de uma hora de Punta Cana, no sentido para Santo Domingo.




A opção mais comum é ir de catamarã e voltar de lancha. A ida leva umas duas horas, e a volta meia hora. O problema é que o catamarã tem capacidade para 50 pessoas, e para tornar a viagem menos enfadonha a tripulação costuma ter animadores e muita música. Isso não seria um martírio se a maioria dos viajantes não fossem homens em busca de turismo sexual barato na América Latina. Foi extremamente ofensivo ver um grupo de suíços com moças locais atirando para todos os lados e pegando pesado no assédio. As meninas que trabalham no barco usam um short de botar o É o Tchan! no chinelo. Os suíços as colocavam no colo, passavam a mão no seu corpo e faziam abertamente todo tipo de propostas, soltando risadas que me irritavam cada vez mais. E isso é livremente estimulado por todos os tripulantes do barco, que aproveitam pra pegar pesado no rum liberado e vender muitos serviços extras. Não preciso dizer que tudo isso junto e misturado com um auto-falante estourando de salsa e Michel Teló não era bem o que eu sonhava para aquele paraíso. Sugiro que, se você tiver um orçamento organizado, pague US$450 e alugue uma lancha só para você ou até 6 amigos, que podem compartilhar essa despesa com você e vai valer muito a pena. Ou você vai ver que os US$40 por pessoa do catamarã não valem a economia. Pague o dobro e vá em paz.

Lá na ilha o almoço é servido pela empresa de transporte e não há bares. Apesar da comida simples, não esperava tomar champagne ou comer caviar, então a expectativa correspondeu. Estava gostoso e não houve restrições de quantidade.

Paisagem incrível, principalmente se você se afastar um pouquinho da massa e do som alto e irritante e caminhar pro lado esquerdo, onde há uma barreira de corais e coqueiros lindos virados pelo vento.





Você fica cerca de duas horas na ilha e depois é hora de encarar a lancha de volta, mas com uma parada no mangue e outra no habitat das estrelas do mar. A lancha é rapida e você fica feliz de saber que a viagem será bem mais curta.



No fim das contas tomamos uma limonada ali no porto de Bayahipe mesmo e nos preparamos para pegar a estrada de volta a Santo Domingo. Viagem linda com por-do-sol na água do mar.

Em Santo Domingo de volta, jantamos novamente no La Bricciola.

Dia seguinte fizemos um programa legal: queríamos comprar bonecos de vudu, secretamente vendidos na Republica Dominicana por influência do Haiti, e fomos parar no Mercado Modelo. Lá não achamos vudus interessantes, mas compramos algumas jóias de prata e Larimar - pedra típica com a cor do mar do Caribe -, bolsas feitas de chifre, e charutos pela metade do preço do free-shop, lacrados, na caixa. Ah, tem que negociar, ok? Não sai pagando o preço que pedem não. Já oferece um terço de cara e no fim das contas paga metade.

Almoçamos no Hard Rock pra mudar de restaurante mas nos arrependemos de não termos ido de novo no La Bricciola. Enfim, voltamos pro aeroporto e de volta à realidade.

Hard Rock Cafe e meu anel de chifre com prata e larimar.

Balanço da viagem:

1- Se não tiver tempo, não perca dias em Santo Domingo. Vá direto a Punta Cana e conheça as praias das redondezas.

2- Se for a Santo Dominfo, não deixe de comer uma noite no La Bricciola e conversar com o amável Carlo.

3- Se não estiver em clima de festa e comilança, não fique em All Inclusive. Vá para o Punta Cana Resort, que é maravilhoso e barato. Lá, explore todos os cantinhos com o carrinho de golf, é divertido e funcional. Não saia sem mergulhar na piscina de água doce de Ojos Indijenas e nadar com a pata solitária e as carpas. Se eu fui, você também pode :)

4- Pegue a estrada e vá parando no caminho. Se for em baixa temporada, poderá até escolher seu hotel na hora.

5- Não leve uma mala cheia. Roupa de banho, filtro solar e óculos escuro é tudo que você vai usar o tempo todo!

Esse destino é imperdível. Se você tiver a oportunidade, vá a Punta Cana! Ninguém nunca se arrependeu!